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Ikkyo, Nikyo, Sankyo: Abertura, torções e nós em nós

  • Foto do escritor: Andrei Moscheto
    Andrei Moscheto
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura

Um dos principais atrativos de se aprender Ki-Aikido são as torções. Elas ficaram no imaginário popular por conta de uma série de filmes de ação dos anos 90 em que o protagonista, magicamente, torcia o braço de alguém como se nada fosse. Desculpe a referência ulta nerd: é como se a pinça vulcânica do Spok fosse realmente possível e, apertando três pontinhos, você consegueria dominar qualquer pessoa.


Confesso: as tais torções e os filmes dos anos 90 foram as primeiras coisas que me atraíram pro Aikido! Então, quando fui aprender e constatei - Uau, dói mesmo! - fiquei muito feliz.


Os nomes das técnicas são geralmente traduzidos como "aberturas", algo como você encontrar uma falha da defesa/anatomia que você poderia usar em seu favor.


Elas doem. Ponto. Doem mesmo. É aí que começa uma questão pedagógica dentro do Ki-Aikido. Como ensinar uma técnica que dói sem machucar os estudantes e manter o fluxo do movimento - que é tão fundamental no aprendizado de Ki-Aikido.


A metáfora que venho usando é dos nós. Nosso objetivo no tatame não é ficar machucando colegas, é encontrar esses pontos de entrelaçamento musculares que fazem um pequeno nó no corpo e, ao puxar esse nó, é muito mais fácil de colocar o seus colega em movimento.


No caminho do aprendizado é muito importante que o praticante não fique esperando a dor aguda para se colocar em movimento. Ao sentir que o ponto de nó, de dor, de conflito está se estabelecendo, se coloque para mover e evite a dor.


Aliás, eu adoro essa metáfora: não aguarde a dor se instalar para depois mudar - mude e evite a dor. Ela parece encapsular as qualidades que gosto em Ki-Aikido (e em improvisação também, meu outro campo de aprendizado filosóficos).


Aprender sobre os nossos nós e o nós dos outros pode melhorar nossa consicência corporal, saúde e empatia pelo sofrimento alheio.


Andrei Moscheto

Coordenador do Instituto Shukikan



Muito obrigado ao Pierre e ao Carlos que, no treino de ontem, inspiraram a vontade de escrever este texto.


No vídeo: Koichi Tohei sensei aplicando a primeira abertura, chamada em japonês "ikkyo"

 
 
 

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